O Período Regencial, compreendido entre 1831 e 1840, foi marcado por grande instabilidade,
causada pela disputa entre os grupos políticos para o controle do Império e também por inúmeras
revoltas, que assumiram características bem distintas entre si. Em 1838, eclodiu, no Maranhão, a
Balaiada, somente derrotada três anos depois.
Pode-se dizer que esse movimento:
a) contou com a participação de segmentos sertanejos – vaqueiros, pequenos proprietários e artesãos –
opondo-se aos bem-te-vis, em luta com os negros escravos rebelados, que buscavam nos cabanos
apoio aos seus anseios de liberdade;
b) foi de revolta das classes populares contra os proprietários. Opôs os balaios (sertanejos) aos grandes
senhores de terras em aliança com escravos e negociantes;
c) foi, inicialmente, o resultado das lutas internas da Província, opondo cabanos (conservadores) a bem-te-vis
(liberais), aprofundadas pela luta dos segmentos sertanejos liderados por Manuel Francisco
dos Anjos, e pela insurreição de escravos, sob a liderança do Negro Cosme, dando características
populares ao movimento;
d) lutou pela extinção da escravidão no Maranhão, pela instituição da República e pelo controle dos
sertanejos sobre o comércio da carne verde e da farinha – então monopólio dos bem-te-vis –, sendo o
seu caráter multiclassista a razão fundamental de sua fragilidade;
e) sofreu a repressão empreendida pelo futuro Duque de Caxias, que não distinguiu os diversos segmentos
envolvidos na Balaiada, ampliando a anistia decretada pelo governo imperial, em 1840, aos
balaios e aos negros de Cosme, demonstrando a vontade do Império de reintegrar, na vida da província,
todos os que haviam participado do movimento.