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Este espaço foi criado para os professores e alunos selecionarem questões para serem organizadas listas de exercícios por assuntos. Estamos sempre atualizando com questões de vários vestibulares e do ENEM. Todas as questões estão gabaritadas.

(PASUSP) - QUESTÃO

Em discurso pronunciado em 1933, Salgado Filho, ministro do Trabalho no governo de Getúlio Vargas, afirmou: “O Governo Provisório, governo de fato, governo ditatorial, é, senhores, o governo mais legalista que tem tido o Brasil. A prova está em que tendes uma legislação que vos foi concedida sem nenhuma exigência, imposição ou pressão de qualquer ordem, mas espontaneamente. E isso é exatamente o que constitui o traço predominante que nos coloca, em matéria de legislação social, acima de todos os países. O que se chama de reivindicações trabalhistas não foram jamais obtidas em qualquer país como estão sendo aqui verificadas. No Brasil não há reivindicações nesse assunto. Há concessões. Concessões do governo aos eficientes colabora - dores, que são os homens de trabalho, quer braçal, quer intelectual. Já foi dito e pode ser repetido: o Brasil é um exemplo digno entre os mais dignos para ser imitado pelos demais povos.”
Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 30/08/1933. Esse documento é ilustrativo da estratégia usada por Vargas para “apagar” da memória dos trabalhadores as lutas por direitos que vinham desenvolvendo desde o século XIX, ao mesmo tempo em que se colocava como autor e protetor do trabalhismo. 

Dentre os elementos dessa construção ideológica, é possível, no discurso, identificar 

a) uma tendência ao imperialismo, com a pretensão de estender, aos demais países do continente, o modelo de governo aqui estabelecido. 
b) o reforço à ideia de que os trabalhadores brasileiros têm índole pacífica, avessos a reivindicações e movimentos sociais. 
c) o propósito de punir os participantes da Revolução Constitucionalista de 1932, que se opuseram ao governo federal. 
d) os preconceitos em relação às mulheres e crianças, não explicitadas na categoria dos trabalhadores intelectuais. 
e) a rejeição ao paternalismo, como política de relacionamento entre o Estado e os trabalhadores.