Construído no século XIX, o Canal de Suez, um dos maiores símbolos da dominação
ocidental na África sob a égide do Imperialismo, localizado em terras do Egito, pertencia a
capitais privados franceses e ingleses. A história de sua construção demonstra clara
diferenciação entre os países expansionistas e os dominados. Mais que dois mares, liga dois
mundos diferentes social, econômica e politicamente. Em 1956, com a nacionalização do Canal
de Suez pelo governo egípcio, dirigido por Gamal Abdel Nasser, iniciou-se um conflito entre o
Egito, de um lado, e Israel, Inglaterra e França, do outro. A atuação desses dois últimos países
foi a última tentativa de expansão colonialista do século XX. Ao fim da guerra, com a intervenção
diplomática dos Estados Unidos e da União Soviética, o Egito passou a controlar o canal e
Nasser se afirmou como o grande líder da região.
A crise de Suez é marcada por diversos fatores dentre os quais pode-se apontar:
a) a tendência radical muçulmana, identificada com o multiculturalismo, denominada xiismo;
b) o fim da República Árabe Unida, com o fracasso da tentativa de unificação dos povos árabes;
c) a política de alinhamento, surgida na Conferência de Bandung, na Indonésia, como afirmação da
hegemonia norte-americana;
d) a Guerra Fria, que marcou a disputa entre Estados Unidos e União Soviética e o declínio econômico
e político da Europa , após a Segunda Guerra Mundial;
e) a política da OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo), elevando os preços do
produto, vinculando-os ao apoio desses países aos árabes e promovendo o isolamento de Israel.