01. .(UFBA) "(...) Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando; os escravos perecendo a fome; os senhores nadando em ouro e prata; os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para açoite, como estátua da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás, como imagem vilíssima da servidão e espetáculos da extrema miséria. Oh Deus! Quantas graças devemos à Fé que nos destes, (...) para que à vista destas desigualdades reconheçamos com tudo vossa justiça e providência! (...)"
(Vieira apud AVANCINI, p. 46)
Vieram somar-se aos primeiros observadores do país, de que trata o texto, missionários jesuítas, como Anchieta e Manuel da Nóbrega, aqui chegados para:
a) promover a conversão do gentio.
b) instituir o nosso sistema literário.
c) disseminar as ideias da Reforma.
d) assimilar elementos do imaginário indígena.
e) fundar nossas primeiras Academias.
02. (PUC-MG) O texto, do ano de 1612, refere-se ao período colonial brasileiro. Leia-o com atenção
"Os bens dos vassalos deste Estado são engenhos, canaviais, roças ou sementeiras, gados, lenhas, escravos, que são o fundamento em que se estriba essa potência [...] porém a [posse] dos escravos é a mais considerável porque dela depende o remédio de todos os outros.
Estes escravos hão de ser de Guiné, vindos das conquistas ou comércios de Etiópia, ou hão de ser da própria terra, ou de uns e de outros.
[...] Os índios da terra, que parecem de maior facilidade, menos custo e maior número, como andam metidos com os religiosos aos quais vivem sujeitos de maravilha fazem serviço, nem dão ajuda aos leigos, que seja de substância [...]"
(MORENO, Diogo de. Livro que dá razão do Estado do Brasil. Apud INÁCIO, Inês da C. e LUCA, Tania R. de. DOCUMENTOS DO BRASIL COLONIAL. São Paulo. Ática, 1993, p. 62-63)
a) A mão-de-obra escrava foi indispensável para a produção de riquezas coloniais.
b) O tráfico negreiro foi responsável, em grande parte, pelo abastecimento de escravos na Colônia.
c) A riqueza do colonizador media-se pelo volume de suas propriedades, incluindo os escravos.
d) A contribuição do trabalho dos indígenas foi mais substancial que o dos africanos.
e) Os aldeamentos facilitaram a exploração, ainda que mais amena, da força de trabalho do índio.
03. (CESGRANRIO) A Igreja Católica teve papel relevante no processo de colonização, que pode ser constatado:
a) na Catequese que, promovendo a integração do índio aos padrões europeus e cristãos, favoreceu a sua emancipação.
b) na Educação, através das Ordens Religiosas, a Igreja monopolizou as instituições de ensino até o século XVIII.
c) nas Missões, que, ao reunirem os contingentes indígenas, facilitavam o fornecimento de mão-de-obra para a lavoura.
d) na defesa das Fronteiras, sendo as missões a primeira defesa por onde penetraram estrangeiros no Brasil.
e) na administração, ocupando o clero a maior parte dos cargos públicos que exigiam melhor nível de instrução.
04. (PUC-MG) "Havia muitos destes índios pela Costa junto das Capitanias, tudo enfim estava cheio deles quando começaram os portugueses a povoar a terra; mas porque os mesmos índios se levantaram contra eles e faziam-lhes muitas traições, os governadores e capitães da terra destruíram-nos pouco a pouco e mataram muitos deles, outros fugiram para o sertão, e assim ficou a costa despovoada de gentio ao longo das Capitanias. Junto deles ficaram alguns índios destes nas aldeias que são de paz, e amigos dos portugueses.
Á língua deste gentio toda pela costa é, uma: carece de três letras - não se acha nela F, nem L, nem R, cousa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei; e desta maneira vivem sem justiça e desordenadamente.
Estes índios andam nus sem cobertura alguma, assim machos como fêmeas; não cobrem parte nenhuma de seu corpo, e trazem descoberto quanto a natureza lhes deu. (...). Não há como digo entre eles nenhum Rei, nem justiça, somente cada aldeia tem um principal que é como capitão, ao qual obedecem por vontade e não por força; (...) [e que] não castiga seus erros nem manda sobre eles cousa contra sua vontade".
(GANDAVO, Pero de Magalhães. Tratados da Terra do Brasil. História da província Sta. Cruz. Belo Horizonte / São Paulo: Itatiaia/Edusp., 1980, p.52-54)
a) No início da colonização, os portugueses encontraram diversas tribos indígenas que habitavam o litoral.
b) A resistência do índio legitimou as "guerras justas", levando a sua captura e morte.
c) A aculturação do indígena foi feita pela catequese, tarefa exercida especialmente pelos jesuítas.
d) Na estrutura social indígena, o chefe exercia a autoridade e não poder de mando sobre a comunidade.
e) Dentre as formas de rebeldia do gentio, destacaram-se as fugas e o ataque às vila coloniais.
05. (PUCAMP) Não, é nossa terra, a terra do índio. Isso que a gente quer mostrar pro Brasil: gostamos muito do Brasil, amamos o Brasil, valorizamos as coisas do Brasil porque o adubo do Brasil são os corpos dos nossos antepassados e todo o patrimônio ecológico que existe por aqui foi protegido pelos povos indígenas. Quando Cabral chegou, a gente o recebeu com sinceridade, com a verdade, e o pessoal achou que a gente era inocente demais e aí fomos traídos: aquilo que era nosso, que a gente queria repartir, passou a ser objeto de ambição. Do ponto de vista do colonizador, era tomar para dominar a terra, dominar nossa cultura, anulando a gente como civilização.
(Revista "Caros Amigos". ano 4. no. 37. Abril/2000. p. 36).
I. Várias ordens religiosas atuaram na catequização dos índios brasileiros: franciscanos, carmelitas, beneditinos e, principalmente, jesuítas.
II. As ordens religiosas acumularam, gradativamente, um considerável patrimônio econômico, para o qual a mão-de-obra indígena foi fundamental.
III. A expansão do catolicismo não contou com o apoio da Coroa Portuguesa, que mantinha com a Igreja o regime de padroado.
IV. A Inquisição não chegou a atuar no Brasil Colônia, uma vez que o grande sincretismo existente impedia o estabelecimento de dogmas.
São corretas SOMENTE
a) I e II
b) II e III
c) III e IV
d) I, II e IV
e) I, III e IV
06. (IFSP) No Brasil Colonial, os jesuítas
a) foram os responsáveis pela introdução da Contra Reforma no Brasil, instalando os Tribunais de Inquisição no Rio de Janeiro e na Bahia, perseguindo os cristãos novos e os muçulmanos.
b) foram os responsáveis pela descoberta do ouro no interior do Brasil, pois, buscando a catequização dos indígenas, fundaram as missões em áreas em que os nativos já usavam o rico minério.
c) auxiliaram na tarefa da colonização introduzindo o gado bovino e equino nas reduções e a lavoura cafeeira no sudeste. Fizeram,ainda, a exploração do mate no sul do Brasil.
d) catequizaram os indígenas e os colonos, construindo colégios e igrejas. Muitas vezes, intervieram em conflitos existentes entre os brancos e os povos indígenas, buscando auxiliar a colonização portuguesa.
e) não se envolveram no processo colonizador português, pois o papa Paulo III lhes proibira qualquer envolvimento político. Sua missão era apenas a da evangelização dos povos.
07. (UNESP) Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram:
a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosi.
b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.
c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais.
d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha.
e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.
08. (EsPCEx) O conflito armado travado na segunda metade do século XVIII e que ficou conhecido
como Guerras Guaraníticas,
a) foi uma reação dos índios de Sete Povos das Missões, liderados por alguns jesuítas, à ocupação de suas terras e à possível escravização.
b) ocorreu entre paulistas com o apoio de diversas tribos guaranis e os emboabas, pela hegemonia da extração do ouro das Minas Gerais.
c) definiu a conquista da Colônia do Sacramento por tropas luso-brasileiras.
d) provocou a assinatura do Tratado de Lisboa, pelo qual Portugal devolvia a área conhecida como Sete Povos das Missões à Espanha.
e) abriu caminho para a conquista e ocupação, por parte dos portugueses, da calha do rio Solimões – Amazonas.
09. (FUVEST) "Na primeira carta disse a V. Rev. a grande perseguição que padecem os índios, pela cobiça dos portugueses em os cativarem. Nada há de dizer de novo, senão que ainda continua a mesma cobiça e perseguição, a qual cresceu ainda mais.
No ano de 1649 partiram os moradores de São Paulo para o sertão, em demanda de uma nação de índios distantes daquela capitania muitas léguas pela terra adentro, com a intenção de os arrancarem de suas terras e os trazerem às de São Paulo, e aí se servirem deles como costumam."
(Pe. Antônio Vieira, CARTA AO PADRE PROVINCIAL, 1653, Maranhão.)
a) que tanto o padre Vieira como os demais jesuítas eram contrários à escravidão dos indígenas e dos africanos, posição que provocou conflitos constantes com o governo português.
b) um dos momentos cruciais da crise entre o governo português e a Companhia de Jesus, que culminou com a expulsão dos jesuítas do território brasileiro.
c) que o ponto fundamental dos confrontos entre os padres jesuítas e os colonos referia-se à escravização dos indígenas e, em especial, à forma de atuar dos bandeirantes.
d) um episódio isolado da ação do padre Vieira na luta contra a escravização indígena no Estado do Maranhão, o qual se utilizava da ação dos bandeirantes para caçar os nativos.
e) que os padres jesuítas, em oposição à ação dos colonos paulistas, contavam com o apoio do governo português na luta contra a escravização indígena.
10. (FUVEST) Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759. Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que
a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro.
b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos.
c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”.
d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas.
e) formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a incorporação da região amazônica ao domínio português.
11. (FUVEST) A escravidão indígena adotada no início da colonização do Brasil foi progressivamente abandonada e substituída pela africana entre outros motivos, devido:
a) ao constante empenho do papado na defesa dos índios contra os colonos.
b) à bem-sucedida campanha dos jesuítas em favor dos índios.
c) à completa incapacidade dos índios para o trabalho.
d) aos grandes lucros proporcionados pelo tráfico negreiro aos capitais particulares e à Coroa.
e) ao desejo manifestado pelos negros de emigrarem para o Brasil em busca de trabalho.
12. (UNESP) Sobre os jesuítas, intimamente relacionados com a expansão européia e a realidade colonial, é correto afirmar que:
a) foram expulsos de Portugal e do Brasil no reinado de D. José I.
b) respeitaram as culturas alheias, mas fizeram da educação uma das tarefas menos constantes na América, na Ásia e na África.
c) a Ordem dos Jesuítas nunca foi reconhecida pela Santa Sé e pelos monarcas absolutos.
d) deliberadamente buscaram aniquilar os guaranis catequizados.
e) foram indispensáveis na luta contra-reformista, mas não estavam sujeitos a um modelo de organização hierarquizada militarmente.
13. (FGV) Com relação às populações indígenas brasileiras, NÃO é correto afirmar:
a) para praticar a agricultura, os tupis derrubavam árvores e faziam a queimada, técnica que seria posteriormente incorporada pelos colonizadores.
b) quando os europeus chegaram aqui, encontraram uma população ameríndia homogênea em termos culturais e linguísticos, distribuída ao longo da costa e da bacia dos Rios Paraná-Paraguai.
c) ao longo do período colonial, em várias ocasiões os aimorés, tupis, xavantes, tupiniquins, tapuias e terenas uniram-se para enfrentar os invasores europeus.
d) feijão, milho, abóbora e mandioca eram plantados pelas nações indígenas, sendo que a farinha de mandioca tornou-se um alimento básico na Colônia.
e) uma forma de resistência dos índios à presença do homem branco consistiu no seu contínuo deslocamento, para regiões cada vez mais pobres.
14. (UFMG) Todas as alternativas contêm elementos corretos sobre o projeto missionário e catequizador dos jesuítas, no momento da colonização brasileira, EXCETO:
a) A legitimação da espoliação e da fraternidade cristã.
b) A oratória barroca, marcada pelo discurso linear e retilíneo.
c) A simbiose da alegoria cristã e do pensamento mercantil.
d) O ardor da diplomacia cristã, mistura de veemência e ambiguidade.
e) Os caminhos violentos e sedutores da pedagogia missionária.
15. (UEL) Durante o período colonial, havia atritos entre os padres jesuítas e os habitantes locais porque os:
a) colonos eram ateus belicosos, e os jesuítas, pacíficos católicos.
b) religiosos pretendiam escravizar tanto o negro como o índio e os colonos lutavam para receber salários dos capitães donatários.
c) colonos desejavam escravizar o negro e os jesuítas se opunham.
d) religiosos preocupavam-se com a integração dos indígenas no mercado de trabalho assalariado e os colonos queriam escravizá-los.
e) colonos pretendiam escravizar os indígenas e os padres eram contra, pois queriam aldeá-los em missões.
16. (MACKENZIE) "Pouco fruto se pode obter deles se a força do braço secular não acudir para domá-los. Para esse gênero de gente, não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro."
(José de Anchieta. Pedro Casaldáliga in "Na Procura do Reino")
a) à evangelização do negro e o apresamento de escravos pelos bandeirantes.
b) à expansão da cana-de-açúcar para o interior de Mato Grosso e a utilização de mão-deobra indígena.
c) à catequização do índio pelos jesuítas e a utilização dos silvícolas como mão-de-obra nas propriedades da Companhia de Jesus.
d) à inadaptação do índio para o trabalho e a escravização do negro pelos jesuítas em suas reduções de ouro.
e) à determinação dos jesuítas em pregar o Evangelho junto aos índios e negros, ampliando os horizontes da fé.
17. (UFF) "Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda."
(Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL, 1711, livro 1, Capítulo, IX).
a) A sociedade colonial se resumia ao mundo da casa-grande e da senzala, espaços fundamentais de um mundo rural mediado pelos engenhos açucareiros.
b) O ideal de sociedade colonial, segundo os inacianos, era o de uma sociedade de missões, o que explica a crítica do jesuíta Antonil à escravidão.
c) A estrutura social do Brasil Colônia era fundamentalmente escravista, uma vez que os setores essenciais da economia colonial, a exemplo da agro-manufatura do açúcar, dependiam do trabalho escravo, sobretudo dos africanos.
d) A sociedade escravista erigida na Colônia sempre foi condenada pelos jesuítas que, a exemplo de Antonil, desejavam ardorosamente que índios e africanos se dedicassem ao mundo de Deus.
e) A sociedade colonial possuía duas classes, senhores e escravos, pólos antagônicos do latifúndio ou da "fazenda" mencionada por Antonil.
18. (FUVEST) No Brasil colonial, a escravidão caracterizou-se essencialmente
a) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador.
b) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros.
c) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a base econômica da sociedade.
d) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e os mais leves aos índios.
e) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil.
19. (MACKENZIE) "O ser senhor de engenho é título que muitos aspiram; traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos".
(Antonil - "Cultura e Opulência do Brasil").
O texto de Antonil retrata a sociedade açucareira brasileira, cujas características eram:
a) a estrutura social rígida e a autoridade quase sem limites do grande proprietário, estendendo-se aos familiares, dependentes e escravos.
b) a notável mobilidade social e as grandes possibilidades de ascensão para trabalhadores livres, mestiços e escravos.
c) o predomínio da vida urbana e a ausência de relações patriarcais.
d) senhor de engenho e trabalhador assalariado nas posições sociais chaves.
e) cultura e ideologia próprias, sem vínculos com a metrópole.
20. (EsFCEx) Analise as afirmativas abaixo sobre o elemento indígena no Brasil:
I – O sedentarismo era a maior característica do seu comportamento.
II – Era possuidor de uma técnica de agricultura intensiva e altamente desenvolvida.
III – A prática da antropofagia era comum entre os Tupis.
IV – A poligamia era uma prática social entre os indígenas brasileiros.
Com base na análise, pode-se afirmar que:
a) somente a I está correta.
b) somente a II e a IV estão corretas.
c) somente a III e a IV estão corretas.
d) a I, a II e a III estão corretas.
e) todas estão corretas.
GABARITO
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